Não Tenha Medo do Escuro


Não Tenha Medo do Escuro (2011) é um filme de marca registrada.


Apesar da direção ser de Troy Nixey, carne nova no pedaço parte da assinatura é de Guillermo del Toro, que neste título ajuda no roteiro e produção. Uma espécie de tutor. Mas não atribuo a ele todo o visual e modelão do filme. Troy escreveu e dirigiu um filme antes deste chamado Latchkey's Lament (2007) que tem a mesma carinha. Basta ver o trailer para reconhecer o valor do diretor novato no trabalho com a marca registrada:

Contos de fadas para adultos.

A história é bem simples. A jovem garotinha Sally, (Bailee Madison) é enviada pela sua mãe para viver com seu pai Alex (Guy Pierce) e sua namoradinha Kim (Katie Holmes).
Boa parte do conflito se dá pelo batidissimo desentendimento entre recém madrasta e criança com problemas.

No cinema, é assim que se justifica a quantidade de riscos a qual crianças podem ser expostas sem que um filme pareça absurdo.

Em meio a este conflito temos uma casa monumental e assustadoramente linda que guarda segredos ancestrais, tão ancestrais e interessantes que ao serem revelados tão parcamente desmontam a curiosidade e apreensão dos telespectadores e transformam em, chacota.
Mesmo assim, foi mais fácil me ater ao primoroso desenrolar do filme, ao belíssimo visual e a interessantissima mitologia que é levantada em volta da casa e do passado macabro de seres feéricos. A trilha sonora é muito boa e o áudio bastante envolvedor.

A escolha de descartar sangue e violência por terror psicológico, sussuros sibilantes, sombras e mistério deu um tom muito bom para o filme. Mas meus elogios cessam por aqui, pois como previamente reclamado acima este tom que é alcançado é arrancado do público quando subitamente os pequenos antagonistas do filme são revelados de forma abrupta, então aquele que era o terror oculto, tornou-se uma
forma aprimorada e mais traiçoeira dos gremlins.

Outro e talvez pior problema do que este é a constante necessidade de quem escreveu este filme de fazer a necessidade sobrepor a realidade. Para bem entender vamos a um exemplo que não vai comprometer minha crítica com spoilers. No longa um homem
é atacado por estes seres feéricos. Depois de uma batalha intensa intensa os bixos conseguem deixa-lo hospitalizado, a ponto de quase não conseguir falar. Só sobreviveu porque lutou com as criaturas e conseguiu fugir.
Mas é claro que isto só aconteceu porque ele não é um protagonista, pois pai, namorada madrasta e criança problemática são colocados a merce das criaturas, sem chances de se defenderem e misteriosamente não sofrem mais do que arranhões.

Longe de mim dizer que devemos matar os protagonistas, mas não enfia-los em situações em que qualquer outro teria morrido cruelmente sem uma boa explicação é o minimo esperado.

No geral Não Tenha Medo do Escuro deve ser visto sim, o conto de fadas macabro o cenário e o áudio em geral, tornam os problemas tragáveis.


Elfo

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